quinta-feira, dezembro 14, 2006

DOR É DOR, PRAZER É PRAZER

A criança corria na calçada e num descuido caiu, machucou a perna e começou a chorar de dor. A mãe ao socorrê-la, imediatamente, começou a falar: Já passou, já passou...e eu pensava: não mãe, não passou.
A criança, meio que sem opção diante da insistência da mãe em dizer que "já passou", ia diminuindo o choro, mas, com certeza, ainda sentindo a dor.
Parecia que a mãe estava mais preocupada em fazer seu filho parar de chorar, talvez, para se sentir mais aliviada, do que ajudá-lo e acompanhá-lo na experiência inevitável da dor. Na hora, me deu vontade de perguntar se ela já tinha ralado a perna daquele jeito para saber como dói e que esta dor não passa assim tão rápido. Mas me contive e fui embora.
Parece que desde pequenos somos ensinados a não encarar a dor. E isso vai seguindo durante a vida até o momento de nossa morte onde, creio eu, não teremos mais como fugir da realidade. Nas diversas dores que experienciamos durante a vida, acabamos tendo a atitude de não encará-las. Arrumamos sempre alguma explicação ou interpretação da realidade da dor para nos confortarmos. Não suportamos nos render ao simples fato. Nosso eu precisa dar um sentido, pois o sentido nos dá a sensação que estamos no controle da situação.
Quando somos crianças e sentimos dor a nossa mãe nos ensina que "já passou", enquanto ainda sentimos dor. Ao crescermos mais um pouco nos esquivamos de nossas dores com outras formas de "já passou". Comemos, fazemos compras, nos embriagamos, fazemos sexo, trabalhamos, viajamos, enfim fazemos qualquer coisa que nos tire da angústia da dor. Procuramos filosofias que nos digam que tudo é um "aprendizado" para não repetirmos aquela situação, que estamos purificando "carma", que da próxima vez vai ser diferente etc...
Mas acho que o único aprendizado que podemos ter com a dor é aprender a ficar com ela sem interpretações, sem esperanças. Desta forma, ao nos abrirmos para a dor, podemos descobrir que ela é real, que a dor dói e que podemos deixá-la desenrolar-se completamente sem estratégias de fuga. Talvez assim, possamos até descobrir a sua irrealidade, sua não solidez, mas não veja esta possibilidade como uma esperança. É como morrer.
Como diz Chogyam Trungpa Rinpoche sobre a morte:
"A morte é a experiência desolada na qual nossos padrões habituais não podem continuar como gostaríamos que continuassem. Nossos padrões habituais param de funcionar. Uma nova força, uma nova energia, nos toma, que é a natureza da morte, ou da descontinuidade. É impossível focar esta descontinuidade de qualquer ângulo. Esta descontinuidade é algo com que você não pode se comunicar, porque você não consegue agradar esta força em particular. Você não pode ser amigo dela, você não pode ludibria-la, não pode convencê-la a qualquer coisa. É extremamente poderosa e sem compromissos.
O fato dela não se comprometer também impede as expectativas para o futuro. Temos nossos planos — projetos de todos os tipos em que gostaríamos de trabalhar. Mesmo se estivéssemos entediados com a vida, nós ainda gostaríamos de sermos capazes de recuperar aquele tédio. Há uma esperança constante de que algo melhor possa surgir das experiências dolorosas da vida, ou que possamos descobrir alguma maneira nova de expandir as situações prazerosas. Mas a sensação de morte é muito poderosa, muito orgânica, muito real."
Chogyam Trungpa, "Crazy Wisdom" – Shambala Publications
Em nossas pequenas mortes cotidianas estamos sempre procurando por uma resposta com nossas crenças e esperanças. Não paramos para pensar que talvez todo este sentido de esperança que queremos dar em nossas experiências seja o único obstáculo que nos impede de tocar a verdadeira natureza de nós mesmos.
Nos sentimos o tempo todo compelidos a dar uma resposta, um próximo passo, a dar a continuidade que Chogyam Trungpa fala. E se não déssemos? O que aconteceria? Talvez caíssemos no agora, no simples e puro agora, sem futuro, sem a busca de soluções. E aí?
Sem soluções qual seria o problema?
Pode ser assustador ver seu filho chorando por ter se ferido, mas creio que é bem melhor acolhê-lo com a realidade da dor do que tentar iludi-lo com a mentira do seu medo da dor. Pode ser assustador ver a vida te arrancar os elementos que traziam tranquilidade, paz e amor para sua existência, mas conseguir relaxar nesta situação pode ser a chave para descobrirmos a pura simplicidade.
Certa vez, ao terminar um retiro, um de meus professores Jigme Tromge Rinpoche recomendou a todos nós: "Tenham uma vida simples".
Refletindo sobre este conselho e conhecendo a vida de Rinpoche que viajava por várias partes do mundo dando ensinamentos, envolvido em vários projetos e vendo que a vida dele não era, aparentemente, nada simples, me perguntava o que era essa simplicidade que ele falou.
Então percebi que este ser simples estava muito mais ligado a uma certa disponibilidade e liberdade para viver o que é o agora, seja ele alegre, dinâmico e agitado ou triste, quieto e morno, do que na busca de realizar alguma visão ideal, tranquila e prazerosa de viver que, na verdade, nos aprisiona e complica mais ainda tudo!
Ou seja, a dor é dor, prazer é prazer e isto é isto... simples.
Como diz Gedun Rinpoche:
"Faça uso desta espaçosidade, desta liberdade e bem-estar natural.

Não procure mais qualquer coisa.
Não vá para a floresta confusa
Procurar pelo grande elefante desperto
Que já está descansando quietamente em casa,
Na frente de sua própria lareira."

ALEXANDRE SAIORO ministra para grupos e empresas o Programa de Redução do Estresse - A Arte do Estresse - baseado em metodologias utilizadas na área de desenvolvimento humano e organizacional e em métodos de meditação e contemplação da tradição budista.
Para saber mais sobre o Programa vá até o final do Blog.
E-mail: alexsaioro@hotmail.com

domingo, outubro 01, 2006

CAMINHANDO COM A DOR


Há alguns anos atrás, ao participar de um retiro de meditação longo e intensivo, me deparei com um dos desafios que todo meditador se depara: a dor física. Era a primeira vez que fazia um retiro tão longo e com tantas horas de meditação sentada. Na primeira semana o desconforto físico era tolerável, mas a partir do décimo dia as coisas começaram a ficar mais “sérias”. Meu joelho estava em frangalhos. Mesmo quando não estava sentado meditando meu joelho doía e aquilo estava me preocupando. Eu pensava: “O que está acontecendo com meu joelho? Será que houve alguma lesão grave?”.
Nas sessões de meditação percebia a presença desses pensamentos. E através dessa percepção atenta vi como que a sensação de que algo estava errado perturbava não só minha mente, mas, também, o meu corpo que respondia à dor como sofrimento.
Com o desenvolvimento da meditação um relaxamento natural trouxe uma certa liberação do sofrimento onde não havia mais a perturbação pela experiência da dor. Havia apenas a dor como um fato natural, como os sons do ambiente, a luz do sol que entrava na sala de meditação, o latido do cão do lado de fora e a respiração. Percebi como que o problema com o sofrimento não era a dor, mas minha reação a ela. Quando minha mente relaxou com relação as minhas suposições sobre a dor e eu apenas fiquei ali com a dor, não havia mais sofrimento. Poderia dizer que a dor não era mais dor, mas uma experiência corporal em movimento onde a percepção das mudanças das sensações a tornavam um elemento de despertar a mente.
Os mestres de meditação sabem que um dos maiores apegos que temos é o conforto físico. E que o lidar com o desconforto e a dor pode ser uma grande prática para irmos além de nossas visões errôneas da realidade.
Quando observamos e não cedemos ao impulso de mudar a situação, podemos investigar a verdadeira natureza daquela sensação e descobrir sua não solidez e impermanência. Podemos ver que tudo está mudando o tempo todo. Se não fazemos isso reafirmamos uma visão parcial e ilusória da realidade.
A SABEDORIA DA COCEIRA
Por exemplo, quando sentimos uma coceira, instantaneamente coçamos sem muita consciência do movimento e de nossa reação. Mas se tivermos a plena atenção para observar a coceira, sem reagir, veremos que ela é constituída de diversas sensações que mudam e por fim desaparecem por si. Mas nós nunca fazemos isso e nossa reação comum é coçar, o que muitas vezes irrita mais ainda o local da coceira e, o pior de tudo, faz com que nos acostumemos a não tolerar o mínimo desconforto. Quando reagimos a um desconforto procurando eliminá-lo, reforçamos nossa intolerância e fragilidade diante dessas sensações. O mesmo podemos dizer com relação as nossas emoções.
Como diz Tara Bennet-Goleman em seu livro “Alquimia Emocional” (ed. Objetiva)“No caso de uma emoção como a raiva, o fato de sustentarmos a atenção pode nos oferecer outro insigth crucial: se conseguirmos permanecer com a raiva por tempo suficiente, nós a veremos transformar-se em algo diferente – dor, tristeza, qualquer outro sentimento – ou até mesmo se dissolver. O que parecia tão sólido se desintegra, é transformado. A chave repousa em permanecermos com a experiência através de todas as mudanças.”
Se conseguimos permanecer na experiência, sem reagir, vemos que aquilo que pensávamos ser alguma coisa sólida e absoluta se desfaz de forma natural e inofensiva na mente espaçosa da plena consciência. Talvez a dor, a doença e a situação não mudem, mas a relação com esses fatos pode mudar. Mesmo que a situação externa não seja curada ou resolvida VOCÊ pode se curar, se resolver e vivenciar os fatos, seja eles quais forem, de forma receptiva, livre e porque não dizer feliz.
É muito mais útil que sua percepção mude e traga mais espaço e liberdade para viver “o que é”. Essa é a verdadeira conquista. Quando reconhecemos que estamos mirando o alvo errado ao lidar com problemas e devotamos todo o nosso tempo e energia na busca de uma conquista e mudança interiores, aí então podemos começar a descobrir o que é paz e felicidade.
ALEXANDRE SAIORO ministra para grupos e empresas o Programa de Redução do Estresse - A Arte do Estresse - baseado em metodologias utilizadas na área de desenvolvimento humano e organizacional e em métodos de meditação e contemplação da tradição budista.
Para saber mais sobre o Programa vá até o final do Blog.
E-mail: alexsaioro@hotmail.com

UM MUNDO SEM CHÃO


Ao olharmos para nós mesmos, veremos que somos um conjunto de coisas que não temos muito controle.
São muitas as variantes que influenciam nossa vida. Há elementos orgânicos, ambientais, psicológicos, espirituais e sabe-se lá mais o que. E o pior de tudo é que somos quase que completamente ignorantes sobre esses elementos e suas interações.
Podemos dizer que vivemos praticamente para conquistarmos cada vez mais controle sobre nossas experiências, de forma que elas nos tragam mais satisfação e menos sofrimento. Pode ser que, por um determinado tempo, sintamos que temos algum controle sobre as coisas, mas, ao final, veremos que não temos. Não temos controle sobre as situações e sobre os outros e em muitos momentos (para não dizer na maioria) não temos controle nem mesmo sobre nossos pensamentos, sentimentos assim como sobre nosso corpo.
Pensamos uma coisa, sentimos outra e nosso corpo reage de uma forma completamente diferente de tudo isso.
Muitas também são as interpretações que temos sobre como as coisas funcionam. Visões médicas, religiosas, filosóficas, psicológicas e esotéricas permeiam tudo que achamos sobre nós mesmos e sobre o mundo e, ao que parece, o que realmente conta para que algo funcione no final é a nossa fé em alguma dessas visões. E como podemos observar mesmo os nossos “objetos” de fé mudam algumas vezes em nossa vida.
Nossa segurança é sempre temporária e frágil diante de nossa ignorância. E nós não gostamos de saber isso.
Mas talvez seja a própria consciência de nossa ignorância que pode trazer uma lucidez maior para nossas vidas. E na maioria das vezes esta consciência é despertada nos momentos difíceis quando algo sai fora do lugar e não se encaixa naquilo em que acreditamos.
Há momentos em que a vida nos surpreende com experiências que nos tiram o chão. Enquanto o chão estava apenas se movendo podíamos dançar com o seu movimento. Havia um certo desconforto, mas ainda havia chão. Mas quando não se tem nem mais chão para dançar, o que podemos fazer?
Creio que quando o sofrimento nos encurrala e não temos mais para onde ir só podemos contar com uma coisa: a compaixão. Não a compaixão dos outros, pois não há como garantir que a teremos e também este não é o caso em que a compaixão dos outros funciona muito bem. O que realmente podemos contar nessas horas é a compaixão que temos para conosco mesmo e para com os outros. Ou seja, a compaixão para com todos que compartilham esta nossa ignorância básica neste mundo sem chão.
É bom esclarecer que o significado de compaixão aqui não se relaciona a um estado de pena que temos dos outros ou de nós mesmos e que reforça mais ainda nossa experiência de isolamento e separação.
A compaixão nasce da compreensão de que nossas experiências não são isoladas e existentes por si mesmas. Percebemos que há uma interdependência entre tudo e todos. E que a idéia de independência é uma ilusão.
Neste sentido, podemos dizer que nossas experiências pessoais são vazias de uma realidade absoluta e compreendemos a natureza relativa de tudo que vivemos. Desta forma, nos vemos inseridos num mundo de comunhão onde nosso eu (com tudo que achamos) já não é a coisa mais importante. Na verdade, ao procurarmos este “eu” vemos que ele se parece mais como um sonho. Este estado, ao mesmo tempo, de vazio e plenitude abranda e aquece nosso coração nos dando a coragem necessária para darmos o próximo passo, mesmo que seja na direção daquilo que nos assusta.
Talvez, bem aí neste ponto, possamos descobrir uma base em que podemos relaxar. Uma base sem chão que ao revelar ao mesmo tempo a mistura de confusão e sabedoria que todos nós somos, nos situa na condição básica de nossa existência humana, capaz de permanecer completamente receptivo ao maravilhoso e assustador momento do agora.
Desta forma, como uma gota que se dilui no oceano, nosso eu pode relaxar nas experiências tanto de prazer como de dor.
Nada é garantido. Continuamos na incerteza, sem chão, a dor nos ronda e pode nos envolver em muitos momentos, mas optamos por ficar. Ficamos pela nossa cura e pela cura de todos que como nós sofrem nesse exato momento. Nossa capacidade de resistência e de transformação do sofrimento se potencializa no amplo ambiente espaçoso da compaixão, onde podemos reconhecer a capacidade de abraçar tudo e todos neste nosso mundo sem chão

ALEXANDRE SAIORO ministra para grupos e empresas o Programa de Redução do Estresse - A Arte do Estresse - baseado em metodologias utilizadas na área de desenvolvimento humano e organizacional e em métodos de meditação e contemplação da tradição budista.E-mail: alexsaioro@hotmail.com

sábado, setembro 16, 2006

APRENDENDO A LIDAR COM O INEVITÁVEL




Assim como o surfista não entra em conflito com as ondas do mar e faz disto uma arte, podemos surfar as ondas do estresse e, até, nos divertir bastante.

ALEXANDRE SAIORO

Atualmente muito se fala sobre estresse, sobre como que as diversas situações da vida nos deixam estressados. Pensamos que poderíamos não ficar dessa maneira se as coisas acontecessem de forma diferente; assim, acreditamos que ajustando as situações externas poderíamos nos sentir mais relaxados e confortáveis. Mas será que isto é real? Haverá esta situação em que nada estará nos pressionando?
Se formos sinceros conosco mesmo veremos que a vida, como sempre a conhecemos, é estresse. Nascemos no estresse, na pressão e no resto de nossas vidas o estresse é o chão que pisamos, um chão que está mudando constantemente. Em nosso cotidiano vivemos mudanças, acidentes, surpresas; temos expectativas, exigências, compromissos, responsabilidades e necessidades. Tudo isso em certa medida significa estresse.
Estresse é definido pela Física como “pressão externa aplicada a um objeto”; o resultado dessa pressão é denominado “deformação”.
Se você faz pressão numa chapa de metal, dependendo da força exercida e do tipo de metal, você terá uma certa deformação. Quando falamos do estresse que sentimos sempre há uma confusão, pois acabamos nos referindo tanto à pressão quanto ao efeito dela sobre nós, a deformação que ela nos causa - os inúmeros sintomas. Esta deformação/sintomas são determinados pela nossa capacidade de resistir, se adaptar e nos recuperar da pressão que sofremos.
O estresse ou a pressão em si não é um mal. É um fato. A questão está em como lidamos com este fato, como reagimos à pressão; se ela é um impulso para um vôo criativo ou um empurrão para o abismo do embotamento. A diferença de respostas depende das nossas esperanças e medos, e isto tem a ver com nossas crenças e valores.

PRESSÕES EXTERNAS E INTERNAS

“O estresse é mais do que uma simples reação de causa e efeito. A dimensão interna desse processo – nossas percepções, expectativas, crenças e necessidades – são também um elemento fundamental na equação.” Peter Russel – “O Empresário Criativo” – Ed. Cultrix )

De onde vem o estresse, a pressão? De dentro ou de fora de nós mesmos?
A maioria das abordagens ao controle do estresse nos sugere que 1. Controlemos as suas causas externas e 2. Busquemos algum tipo de alívio com relação aos seus efeitos. Nessas abordagens, muitas sugestões são úteis até um certo ponto, mas não chegam na raiz do problema. Praticar esportes, relaxamento, ter mais lazer, gerenciar melhor o tempo, se alimentar e dormir adequadamente podem, sem dúvida, trazer algum alívio ao estresse. Mas se não tocarmos em questões mais fundamentais de nossas vidas, para que possamos nos libertar de nossas limitações interiores e aprender a lidar melhor com as mudanças e pressões do dia-a-dia, estaremos apenas lidando com o problema de forma paliativa.
Para tocarmos no âmago do problema do estresse, precisamos investigar nosso mundo interior: a nossa mente. E para isto, precisamos desafiar primeiramente nossas crenças numa vida sem mudanças, sem desconforto e... sem estresse. Estas são ilusões que alimentamos a todo instante e que, ironicamente, acaba nos causando ainda mais estresse.
Quando lidamos com o estresse de forma direta e aberta, podemos vê-lo como uma preciosa oportunidade para expandir nossa mente e ir além dos limites impostos por hábitos mentais e emocionais inadequados. Dessa forma, podemos descobrir uma liberdade natural para lidar com o que quer que seja; transformando cada situação de dor ou de prazer numa oportunidade para despertar nossa sabedoria e amor inerentes.
Assim como o surfista não entra em conflito com as ondas do mar e faz disto uma arte, podemos surfar as ondas do estresse e até nos divertir bastante.

Alexandre Saioro ministra para grupos e empresas o Programa de Redução do Estresse - A Arte do Estresse - baseado em metodologias utilizadas na área de desenvolvimento humano e organizacional e em métodos de meditação e contemplação da tradição budista.
E-mail: alexsaioro@hotmail.com

quinta-feira, setembro 14, 2006

A ARTE DO ESTRESSE


O Programa de Redução do Estresse – A ARTE DO ESTRESSE tem como propósito prevenir e reduzir os efeitos nocivos da tensão e do estresse emocional através de práticas que capacitem as pessoas estabelecer uma nova maneira de vivenciar as pressões e os desafios do dia-a-dia.
Utilizando métodos de reflexão, contemplação e meditação o trabalho constitui de um processo de investigação e transformação dos hábitos mentais e emocionais que regem nossas experiências de vida, convidando seus participantes a explorar uma forma mais consciente e autêntica de viver e, desta forma, desenvolver uma maior habilidade para lidar com o estresse.

SOBRE O PROGRAMA

O Programa A ARTE DO ESTRESSE é baseado em metodologias utilizadas na área de desenvolvimento humano e organizacional e práticas de meditação e contemplação.
Tem como base científica e bibliográfica as visões de Daniel Goleman (Inteligência Emocional – Ed. Objetiva) e de sua esposa Tara Bennett-Goleman (Alquimia Emocional – Ed. Objetiva); o trabalho desenvolvido pelo Dr. Jon Kabbat-Zinn (A Mente Alerta – Ed. Objetiva) no Centro Médico da Universidade de Massachussetts e os estudos registrados nos encontros do The Mind Life Institute entre Sua Santidade o Dalai Lama e cientistas ocidentais publicados nos livros “Mente e Ciência” – Ed. Relógio D´água (Portugal), “Emoções que Curam” – Ed. Rocco e “Como Lidar com Emoções Destrutivas” – Ed. Campus.

O Programa pode ser realizado para grupos abertos ou empresas podendo ser adaptado segundo a disponibilidade de horários com encontros semanais ou mensais.
São fornecidos apostilas de orientação e reflexão para as práticas.

DEPOIMENTOS DE PARTICIPANTES DO PROGRAMA

COMENTÁRIO DA Dra. MARTA MURAT FRANCO, PSICANALISTA. TRABALHA NO MINISTÉRIO DA SAÚDE HÁ 21 ANOS, LOTADA NO PAM PSIQUIÁTRICO/CENTRAL - RIO.

“O Programa de Redução de Estresse foi um divisor de águas na minha vida. Um bálsamo. Uma reconstrução. Aprendi uma forma nova de relaxar, concentrar e ampliar minha mente, mesmo estando em situações adversas ou em ambientes desfavoráveis, como trânsito engarrafado, tomada rápida de decisões, notícias ruins e avião decolando (morro de medo). Na verdade em situações quando mais se precisa. Aprendi a observar meus impulsos e a criar um espaço entre a ação e reação. Ganhei mais serenidade, confiança e independência. Tenho conseguido, de fato, viver o momento presente ao invés de me preocupar com o que não posso mesmo controlar. Os relacionamentos interpessoais tornaram-se mais suaves, a vida menos trágica e mais real. Adquiri um novo sentido da existência, mais descentrada de mim. No meu trabalho como psicanalista, adquiri novas alternativas para compreender e intervir.Tudo isso não é um passe de mágica. É preciso disciplina e dedicação cotidiana para praticar, para resgatar algo que já existe em cada um de nós, mas está coberto por camadas e mais camadas de enganos.Alexandre Saioro consegue, com a generosidade que possui e com a força de quem vive o que ensina, transmitir com muita clareza e propriedade.”

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COMENTÁRIOS DO Dr. CHAMBERLAIN NOÉ, MÉDICO E DIRETOR DO HOSPITAL SÃO LUCAS DE NOVA FRIBURGO, SOBRE O PROGRAMA DE REDUÇÃO DO ESTRESSE REALIZADO NO HOSPITAL EM MAIO E JUNHO DE 2001.

“Foram realizadas oito palestras, uma por semana, com duração média de noventa minutos cada uma. O expositor orientou e exercitou a prática da meditação enfatizando o seu valor no relaxamento e tranqüilidade da mente. Ao final de cada palestra se realizavam práticas de meditação por todos os presentes sob orientação do palestrante.
Além disso, foram discorridos temas inerentes a filosofia budista, ou seja, os malefícios que causam à criatura humana os comportamentos mentais negativos como o ódio, a vingança, o desamor, a avareza e os benefícios dos comportamentos positivos como o amor, a bondade, a compaixão, o desprendimento. Foram tecidos, também, comentários sobre o sofrimento e a morte, visando maior compreensão da vida. A tese da impermanência foi desenvolvida com muita propriedade e objetividade.
A somação de todas essas informações e práticas levaram aos presentes uma valiosa contribuição no combate ao estresse pelo fortalecimento do comportamento mental e emocional. Assim, com a abolição ou diminuição do estresse, o rendimento profissional, mormente na área de saúde, se torna pleno e agradável quando sabemos que é o cliente estressado e depressivo quem mais procura o recurso médico.”

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COMENTÁRIO DA Dra. MARIA CECÍLIA DE CARVALHO TRÓIA, MÉDICA E PSICOTERAPEUTA.
Dra. CECÍLIA TRABALHOU NO INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DA UFRJ, DURANTE 17 ANOS E NO HOSPITAL GERAL DE BONSUCESSO ONDE FOI CHEFE DO SETOR DE SAÚDE MENTAL POR 5 ANOS, CRIOU E COORDENOU O SETOR DE SAÚDE MENTAL DO HOSPITAL MATERNIDADE DE NOVA FRIBURGO.
ATUALMENTE ELA ATENDE NO SEU CONSULTÓRIO PARTICULAR E PARTICIPA DE CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE NOVA FRIBURGO.

“Ter feito o Programa de Redução de Estresse, as práticas, as reflexões e os temas abordados que nos trazem novas percepções das circunstâncias que estamos envolvidos no dia-a-dia, foi uma grande oportunidade de aprender a acalmar e abrir a mente a partir de outras vias que não as comuns como tranqüilizantes, religiões, livros de auto-ajuda etc. Eu sinto que esse trabalho pode trazer muitos benefícios para as pessoas, trazendo um contato maior consigo mesmo, com seu potencial e com esse espaço da mente, para nós, desconhecido.
Se eu fosse falar dos benefícios e experiências que esse trabalho me trouxe talvez eu teria que falar por muito tempo, muitos episódios. Na troca do grupo que participei, eu percebi como nos beneficiamos com a experiência do outro, ganhando uma nova estrutura para neutralizar as influências externas e aprendendo a canalizar o nosso potencial em benefício de todos.
Como profissional da área de saúde, eu acho que já é hora de se abrir espaços para trabalhos como esse para podermos lidar melhor com o sofrimento, com a morte e com os desafios de auxiliar o outro. Eu senti que foi uma grande oportunidade de ter tido contato com o conteúdo do Programa, as práticas, me abrindo um leque de opções nessa busca de um bem-estar para si mesmo e para o próximo.”

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COMENTÁRIO DO Dr. PEDRO GOUVEIA TEIXEIRA, MÉDICO E ACUPUNTURISTA. Dr. PEDRO FOI DIRETOR DO CENTRO DE SAÚDE CARLOS ANTONIO DA SILVA DE NITERÓI, CHEFE DO SERVIÇO DE EPIDEMIOLOGIA DA SECRETARIA DE SAÚDE DOS MUNICÍPIOS DE NOVA FRIBURGO E DE BOM JARDIM. ATUALMENTE É PROFESSOR DO NÚCLEO DE MEDICINA TRADICIONAL CHINESA DA UFF.

“Para mim esse trabalho foi um grande desmistificador. Eu vi como que certas coisas que eram uma montanha de problemas não são mais. Hoje quando eu converso com algumas pessoas que me falam de seus problemas vejo como que no passado eu me perturbava com aqueles problemas. Hoje com as práticas e a nova visão que elas nos proporciona, vejo que a montanha não é tão grande assim. Isso nos dá a possibilidade de ao mesmo tempo estar do lado da pessoa, compreendê-la, procurar ajudá-la, mas não entrar no sofrimento dela. Para mim que sou médico me ajudou muito. É comum na prática médica o médico entrar no sofrimento do seu paciente e se algo não dá certo isso traz um sofrimento uma sensação de tristeza e impotência que influencia nos próximos passos a seguir no tratamento.
Eu vejo que esse trabalho nos faz ver a vida com mais serenidade, mais simplicidade e mais presença. Com o Programa eu me vi com muito mais capacidade de realizar meu trabalho como médico. Tenho tido muito mais alternativas de auxiliar o paciente, com mais ferramentas que podem aliviar o sofrimento do outro, mesmo em situações de doenças terminais.
Eu tive recentemente pacientes terminais e eu vi como eu pude ajudar muito mais esses pacientes do que no passado. Na minha experiência pessoal, há poucos meses meu pai faleceu e esse trabalho me ajudou muito na hora da morte dele e no apoio da minha família.
Eu acho que trabalhos como esse nos auxiliam muito, particularmente na área médica trazendo ferramentas para o médico lidar com a doença, o sofrimento. Para o paciente é um auxílio na cura e, principalmente, na prevenção de doenças.”

O QUE É A ARTE DO ESTRESSE?

O nome A Arte do Estresse sugere a possibilidade de descobrir a nossa lucidez, sabedoria e integridade básica em cada situação de confusão, desconforto e dor que possamos vivenciar.
Assim como um surfista utiliza o poder das ondas do mar para manifestar sua prazerosa criatividade a Arte do Estresse é um aprendizado que desenvolve a habilidade de “surfar” as ondas do estresse e ver que ele pode ser uma forma de ampliar nosso potencial criativo, nossa liberdade e nosso destemor.
A maioria das abordagens de redução do estresse nos sugere que controlemos as suas causas e busquemos algum tipo de alívio com relação aos seus efeitos. Nessas abordagens, muitas sugestões são úteis até um certo ponto, mas não chegam na raiz do problema.
Utilizar medicamentos, praticar esportes, técnicas de relaxamento, se dar mais horas de lazer, gerenciar melhor o tempo, se alimentar e dormir adequadamente e fazer massagens e práticas corporais terapêuticas são algumas das formas de trazer algum alívio ao estresse. Mas se não nos libertamos de reações e hábitos emocionais inadequados que são as fontes geradoras de um sistema de vida estressante, estaremos apenas lidando com o problema do estresse de forma paliativa.
Para lidar com o estresse precisamos compreender a sua natureza. Precisamos compreender que, antes de tudo, estresse é pressão. Pressão que se manifesta em situações de desafios, surpresas, responsabilidades, riscos e oportunidades e isso nós sempre teremos em nossas vidas. A questão está em sermos capazes de não permitirmos que estas pressões nos causem deformações.
Por exemplo, quando fazemos uma pressão numa chapa de metal ela enverga segundo sua flexibilidade e resistência a pressão (estresse). Se a pressão ultrapassa o limite de flexibilidade e resistência da chapa ela sofre uma deformação. Desta forma, precisamos entender como as “pressões” atuam em nossa mente gerando “deformações” e aprender a ampliar nossa capacidade de resistência e flexibilidade.
É com este raciocínio que o Programa, através de seus métodos, possibilita que aprendamos atravessar o estresse e ir além dele.
Ao aprendermos a investigar os processos reativos que nos dominam através do desenvolvimento da plena consciência e da compaixão, criamos mais espaço mental para a criatividade em nossas experiências, vivenciando menos conflitos nas inevitáveis pressões que encontramos em nosso cotidiano. Desta forma, podemos, até mesmo, utilizar o efeito dessas pressões para dar um salto substancial em nossa qualidade de vida.
Como diz o Dr. Jon Kabatt-Zinn, criador e coordenador do Centro de Redução de Estresse no Centro Médico da Universidade de Massachusetts (EUA) e que utiliza a meditação como auxiliar no tratamento de diversas doenças:
“Vamos ensinar vocês a ficarem tão relaxados que ficar tenso será aceitável.”

Os métodos utilizados no Programa A ARTE DO ESTRESSE envolvem práticas e exercícios de reflexão, contemplação e meditação que trabalham com os seguintes pontos:

- Desenvolver a Plena Consciência fortalecendo, assim, qualidades interiores como a paciência, a concentração, a receptividade, a flexibilidade e a clareza mental necessários para uma visão criativa dos fatos e de nossos relacionamentos.

- Entrar em contato com nossos valores e princípios pessoais, desenvolvendo um propósito de vida claro que nos oriente em nosso cotidiano e expanda o significado de nossas atividades e experiências.

- Compreender e desenvolver a compaixão como forma de trazer mais empatia e habilidade em nossa comunicação interpessoal e aprender a lidar com experiências perturbadoras utilizando-as como uma oportunidade de transformar hábitos negativos e gerar atitudes benéficas para si mesmo e para os outros.


SOBRE O MINISTRANTE

Alexandre Saioro - desenvolve trabalhos com grupos desde 1984, tendo participado da formação de associações, cooperativas e comunidades no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde trabalhou com profissionais e consultores da área de recursos humanos e desenvolvimento organizacional e coordenou cursos e workshops.
Participou da diretoria da Associação Harmonia Ambiental – Coonatura no Rio de Janeiro nos períodos de 1984 a 1987 e de 1993 a 1996. Foi co-fundador e membro do Centro de Vivências Nazaré Criança em Nazaré Paulista, São Paulo de 1990 a 1992.
Iniciou seu treinamento em meditação budista em 1986 com o Don K. Jayanetti e Venerável Puhuwelle Vipassi na Sociedade Budista do Rio de Janeiro. Desde 1993 é praticante do Budismo Tibetano sob orientação de Sua Eminência Chagdud Tulku Rinpoche.
Atualmente, Alexandre, além de ministrar para grupos e empresas o Programa de Redução do Estresse - A Arte do Estresse, é jornalista especializado em publicações na área de saúde e instrutor e coordenador do Centro de Budismo Tibetano Chagdud Gonpa Dechen Ling em Nova Friburgo - RJ.

PARA MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE O PROGRAMA:
Alexandre Saioro - asaioro@gmail.com - Tel. (22) 99973-2609